domingo, 1 de novembro de 2009

Biomas terrestres


TUNDRA
Formada há cerca de 10 mil anos, a tundra é o bioma mais jovem da Terra. Suas áreas de ocorrência são as regiões próximas ao oceano Glacial ártico: Alasca, norte do Canadá, Groelândia, norte da Rússia e da Escandinávia.
A tundra possui ecossistemas cuja composição botânica é influenciada pelas condições de solo e clima. O solo fica congelado a maior parte do ano, a estação mais quente dura mais ou menos 60 dias e a temperatura mais alta não ultrapassa 10 ºC. A tundra, portanto, só cresce nos períodos de degelo. Suas principais espécies são os musgos e os liquens, plantas rasteiras, pois as árvores não sobrevivem nesse tipo de clima. A palavra tundra vem do finlandês tununa, que significa planícies de árvores.
Esse é o bioma mais frio do mundo e é basicamente um deserto gelado, pois apresenta poucas precipitações (neve) durante o ano.
Podemos classificá-lo na categoria E dos climas de Köppen.

MONTANHAS
Nas grandes altitudes (acima de 3.000 m) as montanhas não apresentam vegetação. A cobertura vegetal, que alcança de 2.500 a 3.000 m, é composta de plantas orófilas, que formam uma vegetação rasteira – os campos alpinos, com cerca de 200 espécies que se adaptaram às baixas temperaturas e à seca. Esse bioma aparece nas grandes cadeias montanhosas, como os Andes, as Montanhas Rochosas, os Alpes e outros.
Quando subimos uma área montanhosa, passamos por vários biomas. O mais baixo é a vegetação da região onde a montanha está situada. Por exemplo, nas montanhas Rochosas começamos em um deserto. À medida que a altitude aumenta, vemos sucessivamente a floresta temperada, a floresta de coníferas e os campos alpinos. Conforme a localização da montanha, podemos passar também por campos e estepes.
O fator climático que caracteriza esse bioma é a altitude, por isso encontramos neve em altas montanhas, em plena zona tropical, como na parte central da Cordilheira dos Andes. É também um clima muito frio, com temperatura de 10ºC a 15ºC no verão e abaixo de zero no inverno, do tipo alpino (H), na classificação de Köppen.

TAIGA OU FLORESTA BOREAL
A Taiga é também chamada de Floresta Boreal porque ocorre apenas no hemisfério norte, entre as latitudes de 50ºN e 60ºN. Os invernos são muitos rigorosos, com queda de neve, e os verões são quentes (clima temperado continental ou Dfc e Dfb, na classificação de Köppen). Podemos dizer que a Taiga é uma floresta homogênea, pois é formada quase só por coníferas (abertos e pinheiros), que possuem folhas aciculares, resistentes e perenes.
Cobre grandes extensões da Rússia, do Alasca, da Noruega, da Suécia, da Finlândia e do Canadá. Na Escandinávia e no Canadá alimenta importantes indústrias madeireiras, de papel e celulose, dos quais a madeira que fornece é a principal matéria-prima.

FLORESTA TEMPERADA
Vegetação típica de clima temperado, com estações do ano bem definidas, do tipo Cf na classificação de Köppen. Recobria as áreas que hoje são as mais povoadas na superfície terrestre – Europa, China, Japão, leste da América do Norte. No hemisfério sul, pode ser encontrada na Austrália, Nova Zelândia e Chile.
É uma floresta decícula, pois perde suas folhas no inverno. No outono, as folhas mudam de cor, assumindo um tom avermelhado. É o bioma mais devastado do mundo, pois seu solo fértil foi muito aproveitado para a agricultura. Dentre suas áreas de ocorrência, o maior número de espécies está na América do Norte.
As florestas temperadas não são todas iguais. Podem ser encontradas espécies perenes entre as decíduas, bem como flores e tapetes de musgos e cogumelos. Suas principais espécies são o abeto, a faia e o carvalho. Nas regiões onde o clima é mais chuvoso, aparecem árvores de grande porte, como o eucalipto gigante, na Austrália, e a sequóia, na costa ocidental da América do Norte.

DESERTOS E SEMIDESERTOS
Os desertos têm em comum o fato de receber poucas e irregulares precipitações, apresentar baixíssimas taxas de umidade relativa do ar, céu com poucas nuvens e evaporação alta.
As temperaturas do deserto apresentam grandes amplitudes térmicas, podendo atingir 50ºC durante o dia e cair para -1ºC à noite.
Os solos são sempre muito pobres, pedregosos ou arenosos. Nestas áreas encontramos plantas xerófitas e, em algumas regiões com mais umidade, aparecem as “ilhas de vegetação” – os chamados oásis.
Presença de correntes marítimas frias no litoral, altas pressões subtropicais, grandes altitudes e barreiras montanhosas que impedem a passagem de massas de ar úmido vindas do oceano são as principais causas da formação de desertos. O Saara, na África Setentrional, e o deserto da Atacama, no Chile, são exemplos de desertos que se formaram em áreas onde chove muito pouco ou onde não cai sequer uma gota de chuva.
Temos tanto desertos quentes como desertos frios. Em ambos, a vegetação é composta de plantas de pequeno porte, muito espalhadas pela extensão arenosa. Os desertos cobrem cerca de 1/5 da superfície terrestre. Os quentes estão localizados nas proximidades dos trópicos de Câncer e de Capricórnio e os frios, nas latitudes mais altas. Nesses últimos há queda de neve pouca chuva na primavera (150 a 260 mm por ano). As chuvas nos desertos quentes estão concentradas em curtos períodos, intercalados com prolongadas épocas de seca. Na classificação de Köppen, os desertos têm clima BW, sendo BWh nos desertos quentes.
Nas bordas de grandes desertos, aparecem regiões menos secas que esses biomas, consideradas semidesertos. Em muitos continentes são classificadas como estepes, como veremos logo a seguir.
NO Brasil, a caatinga – classificada por alguns especialistas como savana; e pelo IBGE, como estepe (conforme Atlas do Meio Ambiente do Brasil, Embrapa) – é um ecossistema de clima semi-árido ou semidesértico (Bsh, na classificação de Köppen adaptada para o Brasil), apesar de não estar localizada nas margens dos grandes desertos. A caatinga é um ecossistema com plantas rasteiras e árvores, como as savanas, mas, por apresentar características diferentes dessa formação vegetal, é classificada como semideserto: além da vegetação xerófita, a caatinga possui um tipo de clima ligado aos climas secos de Köppen (B), e não aos climas tropicais (Aw) das savanas.

FORMAÇÕES MEDITERRÂNEAS E FLORESTAS E BOSQUES ESCLERÓFILOS
Esse bioma pode ser chamado assim porque suas características básicas se destacam nas margens da região banhada pelo mar Mediterrâneo, na Europa, África e Ásia. Mas ele aparece em outras partes do mundo, como o oeste dos EUA (Califórnia), o extremo sul da África do Sul, o oeste e o sul da Austrália. O clima desse bioma é marcado por uma estação muito seca e quente: o verão. O inverno é ameno e chuvoso (Cs, segundo Köppen). Formado por uma vegetação arbustiva ou por bosques de ávores de folhas duras 9esclerófilas), esse bioma se estende entre 30º e 40º LN ou LS.
Na região do Mediterrâneo (Csa, segundo Köppen), a vegetação de arbustos recebe denominações como:
- garrigue: formação bem aberta, encontrada em solos calcários;
- maqui: formação bem fechada que cresce em solos silicosos.
Na Austrália, as espécies dominantes nos bosques esclerofilos são árvores do gênero dos eucaliptos. Chaparral é o nome que a vegetação recebe na Califórnia, onde predominam várias espécies de cacto. No Chile, predominam os bosques esclerofilos.

ESTEPES
Esse bioma é seco, frio, com vegetação rasteira. Geralmente as estepes estão na faixa de transição entre o deserto e a floresta, longe da influência marítima e perto de barreiras montanhosas. São encontradas principalmente nos EUA, na Mongólia, na Sibéria, no Tibete e na China. Nas estepes os verões são quentes e os invernos muitos frios; em altas latitudes, cai muita neve. Com um pouco mais de chuva, a estepe poderia ser classificada como pradaria; com um pouco menos, como deserto. Corresponde ao tipo BS, de Köppen.

PRADARIAS
Este tipo de vegetação herbácea (rasteira) recebe o nome de pradaria, na América do Norte, e pampas, na América do Sul (Brasil e Argentina), onde o clima é mais úmido. As pradarias do hemisfério sul recebem mais chuvas do que as do hemisfério norte. Na América do Norte, ocupam uma área que se estende desde o Canadá (Alberta, Saskatchewan e Manitoba), continuando pelas planícies Centrais dos Estados Unidos, até o Texas, ao sul, e Indiana, a oeste.

SAVANAS
São formações típicas de regiões de clima tropical, com estação chuvosa e outra seca (tipo Aw, de Köppen). Localizam-se entre o bioma da floresta tropical e o dos desertos.
Existem vários tipos diferentes de savanas; as mais conhecidas são africanas, onde vivem muitos leões, zebras, girafas, elefantes, gazelas, entre outros animais.
A savana apresenta dois “andares” de vegetação tropófila: um mais alto, formado por árvores; e outro mais baixo, composto de gramíneas.
Na América do Sul, as savanas ocupam áreas da Venezuela e da Colômbia (llanos), na bacia do rio Orenoco; o cerrado, vegetação correspondente no Brasil, cobre grande parte da região Centro-Oeste. Também encontramos savana no norte da Austrália, onde se destacam os eucaliptos,e na Índia, onde é denominada jungle.

FLORESTAS TROPICAIS
A área de ocorrência desse bioma é delimitada pelos dois trópicos (zona tropical) e atravessada pelo Equador. Portanto, é o domínio de elevadas temperaturas e grande quantidade de chuva.
Apesar de podermos distinguir subtipos de florestas tropicais, elas têm algumas características comuns: heterogêneas, perenes, higrófilas, latifoliadas. No bioma das florestas tropicais encontramos a maior biodiversidade, ou seja, a variedade de espécies de plantas, animais e microorganismos encontrados em todos os biomas da Terra. Nas áreas próximas ao Equador, as florestas são mais fechadas, apresentam-se estratificadas em acamadas, com árvores de várias alturas e tipos, com muitos cipós em seus troncos e galhos. Os principais exemplos são a floresta Amazônica, a floresta do Congo (África) e a da Indonésia (Ásia).
Mais afastadas do Equador, as florestas tropicais recebem menor quantidade de calor e chuva, por isso são menos exuberantes que as equatoriais e já foram quase destruídas pelo homem. Ocupavam grande parte da faixa tropical da América do Sul (Brasil), da América Central, do norte da Austrália e do Sudeste Asiático, onde aparecem hoje em pequenas manchas que foram conservadas.

Glossário:
- Aciculifoliadas: possuem folhas em forma de agulhas, como os pinheiros. Quanto menor a superfície das folhas, menos intensa é a transpiração e maior a retenção de água pela planta.
- Arbustiva: formação vegetal de porte médio.
- Caducifólias: plantas que perdem as folhas em épocas muito frias ou secas do ano.
- Coníferas: árvores com aparelho reprodutor em forma de cone (pinheiros).
- Decídua: ou de folhas caducas; diz-se de planta que perde as folhas em certas épocas do ano (sobretudo no inverno).
- Higrófilas: plantas adaptadas a muita umidade (climas úmidos), sendo necessariamente perenes (apresentam folhas durante o ano todo).
- Latifoliadas: plantas de folhas largas, de regiões muito úmidas, o que permite intensa transpiração.
- Orófilas: planta adaptada às grandes altitudes.
- Perene: floresta sempre verde, que não perde as folhas em nenhuma estação.
- Tropófilas: plantas adaptadas a alternância de uma estação seca e outra chuvosa.
- Vegetação heterogênea: vegetação constituída de grande variedade de espécies.
- Vegetação homogênea:: vegetação constituída de poucas ou de uma única espécie.
- Xerófilas: plantas adaptadas à aridez (climas secos).

Referências:
MARINA, Lúcia & TÉRCIO. Geografia - Série Novo Ensino Médio. Edição compacta. Vol. Único, São Paulo: Editora Ática, 2004, p.54-60.
SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 1998.

Um comentário:

  1. ola professor, parabéns pelo blog, estava exatamente procurando as informações que encontrei aqui sobre os Biomas. Te desejo sucesso!!!otima semana. bjs

    se quiser pode fazer uma visitinha ao meu blog, nada a vê com seu, mais ta valendo ok. obrigada.

    ResponderExcluir