terça-feira, 18 de outubro de 2011

América Anglo-Saxônica(8ª série)

Colar de águas no litoral, a herança de 200 mil anos(principais lagoas)


O Rio Grande do Sul é o segundo Estado do país em corpos de água. Só perde para o Pará. Considerando-se arroios e rios, existem 118 mil corpos de água diferentes, segundo um levantamento baseado em fotos de satélite.

Somente em lagoas, são 12.908,10 quilômetros quadrados tomados pela água, o que corresponde a cerca de 4,57% da superfície do Rio Grande (de 282.062 quilômetros quadrados). Um verdadeiro cordão de lagoas estende-se pelos mais de 620 quilômetros da costa do Estado, formando uma das mais belas geografias litorâneas do país. Há tanta água, que muitas dessas lagoas são bem visíveis até em fotos de satélite, feitas de grande altitude.

Tudo isso foi construído pela natureza ao longo de mais de 200 mil anos, por força do movimento de avanço e regressão do mar sobre a superfície da costa. É o que demonstram estudos realizados na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Quando houve o primeiro avanço do mar sobre o continente - na fase em que começou o delineamento propriamente dito do atual litoral - há 230 mil anos, formou-se uma barreira de sedimentos na cota de 20 metros acima do nível atual, que se aproximou da Serra Geral, próximo a Osório, e se estendeu até as imediações de Palmares do Sul. Quando o mar recuou, 50 mil anos depois, deixou uma grande superfície inundada. No final desse período, há 180 mil anos, houve um novo avanço do mar, só que até a cota de 16 metros, criando uma nova barreira para aprisionar a água que estava acumulada.

Esse terraço estendeu-se de Torres até são José do Norte, completando a caixa de uma primitiva Lagoa dos Patos, que formava uma unidade incluindo as Lagoas do Casamento e dos Barros.

Nas dezenas de milhares de anos seguintes, com nova regressão do mar, a erosão e sedimentação das enormes massas de água que se formaram foram constituindo outras barreiras que isolaram inúmeras lagoas principalmente ao norte de Osório. Numa nova transgressão, há 80 mil anos, que chegou até a cota de oito metros, foram cobertos todos os baixios entre os terraços anteriores e, quando o mar recuou novamente nos 60 mil anos seguintes, restaram novas lagoas em nossa costa. O último terraço surgiu há cinco mil anos, aprisionando as Lagoas Itapeva e Quadros e as lagoas em rosário de Tramandaí até São José do Norte e em todo o litoral Sul. Ficaram esculpidas, assim, todas as nossas atuais lagoas.

São, no total, 61 lagoas, entre as quais se destacam três: a Mangueira, com 802 quilômetros quadrados de área; a Mirim, com 3.520 quilômetros quadrados e a dos Patos, com 9.280 quilômetros quadrados - esta ainda está em formação e, no futuro, em decorrência da imensa carga de sedimentos procedente dos rios formadores do estuário do Guaíba e de suas margens, tende a se tornar mais rasa e espraiar-se para suas margens.

Colar de águas no litoral, a herança de 200 mil anos(principais lagoas)

O Rio Grande do Sul é o segundo Estado do país em corpos de água. Só perde para o Pará. Considerando-se arroios e rios, existem 118 mil corpos de água diferentes, segundo um levantamento baseado em fotos de satélite.

Somente em lagoas, são 12.908,10 quilômetros quadrados tomados pela água, o que corresponde a cerca de 4,57% da superfície do Rio Grande (de 282.062 quilômetros quadrados). Um verdadeiro cordão de lagoas estende-se pelos mais de 620 quilômetros da costa do Estado, formando uma das mais belas geografias litorâneas do país. Há tanta água, que muitas dessas lagoas são bem visíveis até em fotos de satélite, feitas de grande altitude.

Tudo isso foi construído pela natureza ao longo de mais de 200 mil anos, por força do movimento de avanço e regressão do mar sobre a superfície da costa. É o que demonstram estudos realizados na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Quando houve o primeiro avanço do mar sobre o continente - na fase em que começou o delineamento propriamente dito do atual litoral - há 230 mil anos, formou-se uma barreira de sedimentos na cota de 20 metros acima do nível atual, que se aproximou da Serra Geral, próximo a Osório, e se estendeu até as imediações de Palmares do Sul. Quando o mar recuou, 50 mil anos depois, deixou uma grande superfície inundada. No final desse período, há 180 mil anos, houve um novo avanço do mar, só que até a cota de 16 metros, criando uma nova barreira para aprisionar a água que estava acumulada.

Esse terraço estendeu-se de Torres até são José do Norte, completando a caixa de uma primitiva Lagoa dos Patos, que formava uma unidade incluindo as Lagoas do Casamento e dos Barros.

Nas dezenas de milhares de anos seguintes, com nova regressão do mar, a erosão e sedimentação das enormes massas de água que se formaram foram constituindo outras barreiras que isolaram inúmeras lagoas principalmente ao norte de Osório. Numa nova transgressão, há 80 mil anos, que chegou até a cota de oito metros, foram cobertos todos os baixios entre os terraços anteriores e, quando o mar recuou novamente nos 60 mil anos seguintes, restaram novas lagoas em nossa costa. O último terraço surgiu há cinco mil anos, aprisionando as Lagoas Itapeva e Quadros e as lagoas em rosário de Tramandaí até São José do Norte e em todo o litoral Sul. Ficaram esculpidas, assim, todas as nossas atuais lagoas.

São, no total, 61 lagoas, entre as quais se destacam três: a Mangueira, com 802 quilômetros quadrados de área; a Mirim, com 3.520 quilômetros quadrados e a dos Patos, com 9.280 quilômetros quadrados - esta ainda está em formação e, no futuro, em decorrência da imensa carga de sedimentos procedente dos rios formadores do estuário do Guaíba e de suas margens, tende a se tornar mais rasa e espraiar-se para suas margens.

domingo, 16 de outubro de 2011

RIO GRANDE DO SUL(3° ano)- Clima e vegetação

Clima

O clima no Rio Grande do Sul é subtropical úmido nas partes mais baixas e temperado oceânico nas partes mais elevadas, constituído por quatro estações razoavelmente bem definidas, com invernos frescos (com temperaturas baixas para os padrões brasileiros) e verões quentes (amenos nas partes mais elevadas), separados por estações intermediárias com aproximadamente três meses de duração, e chuvas bem distribuídas ao longo do ano.
Devido às diferenças altimétricas, o clima do estado divide-se ainda, segundo a classificação climática de Köppen, nos tipos Cfa e Cfb. O clima oceânico com verões amenos (Cfb) ocorre na Serra do Sudeste e na Serra do Nordeste, onde as temperaturas médias dos meses de verão ficam abaixo dos 22 °C, e o tipo Cfa (subtropical úmido) nas demais regiões, onde a temperatura média do mais quente ultrapassa os 22 °C.
Devido à sua situação latitudinal (inserida no contexto das latitudes médias), o Rio Grande do Sul apresenta características peculiares diferentes do clima do resto do Brasil. As temperaturas do estado, em diversas regiões, estão entre as mais baixas do inverno brasileiro, chegando a -6 °C em cidades como Bom Jesus, São José dos Ausentes e Vacaria, com geadas freqüentes e ocasional precipitação de neve.
A temperatura mínima registrada no estado foi de -9,8 °C no município de Bom Jesus, em 1º de agosto de 1955, enquanto a temperatura máxima registrada foi de 42,6 °C em Jaguarão, no sul do estado, em 1943. Municípios como Uruguaiana, Lajeado e Campo Bom destacam-se em recordes de temperaturas altas no verão, registrando valores que, por vezes, chegam aos 40 °C. O estado está ainda sujeito, no outono e no inverno, ao fenômeno do veranico, que consiste de uma sucessão de dias com temperaturas anormalmente elevadas para a estação.
No estado, a neve ocorre com maior frequência nas regiões serranas do nordeste, entre as altitudes de 900 a 1.400 m, denominadas de Campos de Cima da Serra, onde estão as cidades mais frias do país, como São José dos Ausentes, Bom Jesus e Cambará do Sul (acima de 1.000 m de altitude), e Vacaria, São Francisco de Paula, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões, Esmeralda e Jaquirana (acima de 900 m), locais em que o fenômeno ocorre praticamente em todos os anos (geralmente com fraca intensidade e em poucos dias no inverno), além de outras cidades acima dos 600 metros de elevação, de forma mais esporádica. No resto do estado, a neve é muito rara ou nunca registrada. Porém, fortes geadas podem atingir toda a área estadual, de maio a setembro.
Dos ventos que sopram no estado, dois têm denominações locais: o pampeiro, vento tépido, procedente dos pampas argentinos; e o minuano, vento frio e seco, originário dos contrafortes da cordilheira dos Andes.

Vegetação:

As florestas cobrem 29% do território estadual. Aparecem na encosta e nas porções mais acidentadas no planalto basáltico, no planalto dissecado de sudeste e, ainda, na forma de capões e matas ciliares, dispersas pelos campos, que recobrem o resto do estado. Nas áreas de maior altitude, com mais de 400m, domina a chamada mata de pinheiros, uma floresta mista de latifoliadas e coníferas, a chamada mata de pinheiros. Nas demais áreas ocorre a floresta latifoliada.
Nos dois tipos de floresta está presente a erva-mate, objeto de exploração econômica desde o início do povoamento do estado. Em cerca de cinco por cento do território ocorre a vegetação do tipo litorâneo, que se desenvolve nos areais da costa.
Agropecuária:
Com uma expansão vertiginosa de sua cultura na década de 1970, a soja se tornou o principal produto agrícola do Rio Grande do Sul. A área de produção se encontra difundida por todo o quadrante noroeste do estado e compreende algumas porções da depressão central e, sobretudo do planalto basáltico. O trigo, cultivado em condições ecológicas muito diferentes, é plantado quer em zonas de campo, quer em áreas florestais. Nas primeiras, assume o caráter de monocultura extensiva e mecanizada. Nas zonas de floresta surge como pequena lavoura integrada no sistema de rotação de cultura praticado por pequenos lavradores. A principal região produtora é o planalto basáltico, sobretudo sua porção ocidental.
O arroz é a cultura típica das áreas de menor altitude do estado. É quase sempre uma cultura irrigada e na planície litorânea, em decorrência da pobreza dos solos arenosos, recebe considerável aplicação de adubos químicos. O milho é cultura bastante difundida nas áreas de solos florestais e está comumente associado à criação de suínos, para o qual contribui como ração. A mandioca tem distribuição geográfica semelhante à do milho. Além de utilizada na alimentação da população rural, é empregada como forragem por criadores de suínos e bovinos.
O cultivo do fumo concentra-se na região da encosta inferior da serra Geral, nas zonas dos rios Taquari e Pardo. Outra cultura importante do estado é a da uva, que se concentra na região da alta encosta da serra Geral, nas zonas dos rios Taquari e Caí.
O Rio Grande do Sul destaca-se por sua produção agropecuária. O gado bovino criado na região do planalto destina-se sobretudo à produção de leite, enquanto que o criado no sul do estado, nos grandes estabelecimentos localizados na região da Campanha, ou estâncias, destina-se ao corte. A criação de ovinos concentra-se sobretudo na porção mais meridional da Campanha enquanto a de suínos, que absorve parte significativa da produção de milho e a mandioca é típica das regiões florestais.

Extrativismo:
As reservas de pinheiros do norte do estado, embora já limitadas em face da exploração intensa, constituem uma das principais riquezas vegetais. Os ervais, em apreciável extensão, também proporcionam extração vegetal para atender ao grande consumo regional. Vegetais taníferos, como, por exemplo, a acácia-negra, embora com produção reduzida, incluem-se entre os principais recursos da região.
Entre os produtos minerais do estado destacam-se o cobre e o carvão. O Rio Grande do Sul foi pioneiro no refino de petróleo, com a instalação, em 1932, da Destilaria Sul-Riograndense, em Uruguaiana. Duas refinarias de petróleo e um polo petroquímico, que utiliza matéria-prima da refinaria Alberto Pasqualini, da Petrobrás (Canoas), dão ao estado posição de destaque na petroquímica nacional. Entre as ocorrências minerais conhecidas encontram-se jazidas de carvão mineral, minérios de cobre, chumbo, tungstênio e cristal de rocha.